quarta-feira, 17 de março de 2010


Sonhos
10/05/2002



Deus nos presenteia com o sonho como forma de “intervalo repousante” da dura rotina material, o momento de “sonhar” como a própria palavra suscita.
Nos meus sonhos sou amado e amo, que não me venham os psicanalistas dizerem que a explicação é de fundo sexual, ou qualquer blasfêmia científica. Como diria Dostoiévski, “o homem nunca será igual a 2+2=4”. Sinto o sentimento de amor, não amor carnal, como jovem adolescente que acorda extasiado, mas do amor que sonho durante toda à vida. E como explicar um sentimento com palavras? Impossível. Seguindo talvez as palavras do filósofo Heráclito.
“O Senhor, de quem é o oráculo em Delfos, nem diz nem oculta, mas dá sinais”.
(fragmento 93)

Acredito nestes sinais, afinal senão, como retornar para o nosso “mundo” cotidiano sem este alento. Dificilmente recordo um sonho, assim como as palavras oraculares do filósofo, fragmentos. Mas fragmentos que restabelecem a paz, e acalmam a espera. E o melhor, é quando “voltamos” com sensações, sentimentos tão positivos quanto o amor.
Nos curamos no sono, mesmo não recordando efetivamente o que passou, voltamos sãos. E ainda não dizem que se morre por privação de sono. Sinal da sabedoria Divina, um alento. Esta é a palavra, alento.

E ainda citando Heráclito:
“Natureza ama esconder-se”.
(fragmento 123)


TiTo Igatha