quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009




Doguítos


Por favor, vamos tratar os animais com amor. É a única coisa que peço. Já que não adianta pedir para tratar o “outro” com respeito (assim como prega o Cristo), vamos pelo menos cuidar, não maltratar, não abandonar, enfim, não “coisificar” os pobres filhos de Francisco (os verdadeiros)!
“Coisificar” quero dizer, não “utilizar” um ser vivo como simples objeto de decoração, como uma mesa, uma cadeira. Onde se joga no lixo após a sua utilização, vida “útil”! Não comprar um animalzinho que está na “moda” e descarta-lo assim que a moda passar. Estamos tratando de uma vida e toda ela merece nosso igual respeito e consideração.
Vamos – com um esforço de imaginação – nos colocar no lugar desses animais, pensar no seu sofrimento, na sua dor. Como adquirir uma vida e dispor dela com tanta frieza? Não temos esse direito.
Neste exato momento, têm um Pastor-Belga na porta do prédio, com as duas patinhas da frente quebradas – provável atropelamento – abandonado com o olhar mais triste e marcante que já vi na minha vida.
Ursos sofrem de taquicardia e pingüins perdem peso pelo estresse causado pelo “ecoturismo”. Vai passear no inferno, deixe os bichos em paz!
Como o homem é estúpido! Revoltante!
E se vier perguntar o que faço em vez de falar, saiba que fazemos (aqui em casa) a nossa parte e mais um pouco. Se assim fosse...

Como disse um amigo do escritor Henry David Thoreau: Se houver uma guerra entre os homens e as bestas feras estou do lado dos ursos”.
Eu também!!!


NiNoSca
22/11/2004



O maior dos meus pecados

Deus perdoa tudo? Tudo mesmo? Será?
Será que ele perdoa a carnificina que fiz aos pássaros? Seres indefesos que a nada, nem ninguém fazem mal?
Me declaro culpado. Assumo a culpa. Minhas explicações não amenizarão minha culpa. Sim, fui um matador. Estilo “sniper” calculava até a curva do vento. E “play”, acertava mesmo!
Se começar a puxar na mente, vou até me arrepiar. Puta mancada! Nem vou entrar em detalhes (embora amemos os detalhes sangrentos).
O último foi um lindo beija-flor (ele será o juiz do meu caso) que tombou ainda no vôo. No sítio do Piu com meu revólver de chumbinho. Simulacro do chumbo grosso.
No momento que vi o bichinho no chão estendido, a dor que me deu no peito, mostrou toda a merda que vinha realizando até então.
Como disse a amiga Tchaines: A merda é quando pega na consciência. Até aí, tudo sem maldade. Na hora que cai a ficha, fodeu!!!
Antes tarde do que nunca.
Mas a merda está feita e ela vai ter de ser paga.

Tito Igatha
12/2008

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009


A literatura

A literatura me ensinou tudo – ou quase – o que sei hoje.
Lembro de levar ao banheiro (meu escritório particular) a coleção da Barsa, enciclopédia “gigante” e ficar lendo os verbetes que mais me interessavam. Conta ainda minha mãe, que eu ficava com o livrinho infantil “O soldadinho de chumbo” sobre o colo e contava a história repetidas vezes para mim mesmo – “era uma vez, uma bolorina” (vide bailarina).
Desde cedo fui pego pelas histórias.
No Colégio Dante Alighieri retirava os livrinhos no jardim da infância das pequenas bibliotecas que todas as salas possuíam. Lembro de sempre estar lendo alguma coisa.
“Eu, Christiane F. 13 anos, drogada e prostituída”, quando eu mesmo tinha 13 anos. Muito aprendi com as desgraças do casal drogado que vagava pelas noites de Berlim. E assim por diante! Aprendizado contínuo!
Concordo com o estudioso – intelectual francês Roland Barthes, quando diz que se todas as matérias por um motivo ou outro tivessem de ser suprimidas das grades curriculares, a literatura seria então a única extremamente necessária a permanecer no curriculum, pois seu conjunto abarca todas as outras disciplinas. Afinal num livro de literatura encontramos informações necessárias ao desenvolvimento de um indivíduo.
Citando ainda outro estudioso – Elias Canetti – a importância das “metamorfoses”, o aprendizado trazido pelas várias “vidas” que desfilam perante nossos olhos, desvendando as realidades possíveis e compartilhando com todos as experiências dos vários períodos históricos e vidas possíveis.

TiTo Igatha
31/08/2004

Início de aula

Cada início de aula pra mim é uma expectativa próxima a de que eu sentia quando aluno.
Neste momento já, nem penso em nervoso de me apresentar à nova sala, temor que sempre tive. Tremedeira, nada! Fico no sentimento ansioso em conhecer meus novos “amigos”, as “meninas” da escola (agora professoras) e se vou conseguir lembrar tudo que gostaria.
Aliás, esse é o meu tormento. Como gostaria de lembrar todas as idéias maravilhosas que me acorreram nesta fase final das férias!
Pensei em tantas coisas! Boas aulas inaugurais. Boas dinâmicas.
A aula do Vincent está no gatilho, “Recordação da Casa dos Mortos” (Dostoiévski), “O muro” (Sartre), “Nem os mais ferozes” (Edward Bunker), etc.
Enfim...
As pílulas “Matrix” serão uma boa dinâmica. “Filosofia, coisa de quem anda nas nuvens”, falar então das “Nuvens” de Aristófanes, e assim por diante.
É bom mesmo que eu tenha essa multidão de idéias, pois na hora do “vâmo vê”, uma pelo menos fica.
Que o ano seja Good Vibrations.

Chris Sca
14/01/2008

Paredão

Nos últimos tempos tenho freqüentado a quadra de tênis e o paredão.
Nos fundos do clube, com uma espécie de “pequeno bosque” e um bebedor de azulejos azuis, passo boa parte do meu tempo jogando com “The Wall”. A parede.
(Sempre acaba em empate!).
Nestes momentos de “atividade lúdico-esportiva” tenho conhecido histórias interessantes. Quase todas as pessoas que vejo por ali, estão muito mais ligadas em “vencer” a partida do que simplesmente brincar e exercitar-se. Costumam espancar a bolinha sem piedade, como se fosse a inimiga. É curioso perceber estas coisas. Sinal dos tempos.
As pessoas estão esgotadas (ou em vias de).

Tito Igatha

12/01/2009