quinta-feira, 18 de dezembro de 2008



Despedidas

Aê people... o ano se finda e o seu TiTo deseja a todos tudo de bom e tudo de tudo...

Nesses dias o blog vai entrar meio em recesso, então aproveitem para ler o que ficou pra trás.

O Bush quase toma uma sapatada, a Madona veio cantar na casa dos Bambi's, uma mina da Coréia foi presa por adultério (8 meses de cana) e o mundo continua uma merda de sair fumaça. Quero ver o próximo ano. O bixo vai pegar, as torres vão cair, o sapato vai voar e eu não quero nem saber.

Enquanto isso, seu TiTo estará em algum lugar levando sua mensagem e seus bons augúrios, hehehe...

TiTo Forever... O quinto cavaleiro do Apocalípse

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008


A sorte está lançada...
TiTo no realejo dando uma de Oráculo de Delfos.

Viva a Barsa

A literatura me ensinou tudo – quase – o que sei hoje. Lembro de levar ao banheiro (meu escritório particular) a coleção da Barsa, enciclopédia gigante e ficar lendo os verbetes que mais me interessavam. Conta ainda minha mãe, que eu ficava com o livrinho infantil “O soldadinho de chumbo” sobre o colo e contava a história repetidas vezes para mim mesmo, “Era uma vez uma bolorina...” – vide bailarina.
Desde cedo fui pego pelas histórias.
No Colégio Dante Alighieri retirava os livrinhos no jardim da infância das pequenas bibliotecas que todas as salas possuíam. Lembro de sempre estar lendo algo. “Eu Cristiane F. 13 anos drogada e prostituída” quando eu mesmo tinha 13 anos. Muito aprendi com as desgraças do casal drogado que vagava pelas ruas de Berlim. E assim por diante! Aprendizado contínuo.
Concordo com o estudioso Roland Barthes, quando diz que se todas as matérias por um motivo ou outro tivessem de ser suprimidas das grades curriculares, a literatura seria então a única extremamente necessária a permanecer no curriculum, pois seu conjunto abarca todas as outras disciplinas.
Afinal num livro de literatura encontramos informações geográficas, históricas, científicas, antropológicas e todas outras imagináveis. Apresenta em seu corpo todas as informações necessárias ao desenvolvimento de um indivíduo.
Citando ainda outro estudioso – Elias Canetti – a importância das “metamorfoses”, o aprendizado trazido pelas várias “vidas” que desfilam perante nossos olhos, desvelando (alétheia – lembra?)as realidades possíveis e compartilhando com todos as experiências dos vários períodos históricos e vidas possíveis.

TiTo Igatha

31/08/2004

Ruptura

Nos dias de hoje parece impossível conceber que o homem já viveu em harmonia com a natureza. E viveu!
Houve um tempo em que o homem vivia integrado à natureza. Tinha na natureza a sua casa, e sua mãe comum. Pacha mama, mãe terra... O maltrato era castigado pelos deuses com rigorosidade, a caça tinha como fim, a alimentação e vestimenta básica, não a criação do supérfluo.
Isso se perdeu, o homem cindiu com a natureza. A partir da criação técnica exacerbada, o ser humano afastou-se da sua raiz divina, sagrada, e apoiado na técnica, na ciência, passou a crer apenas no cientificamente comprovado. A palavra mágica foi silenciada.
A ruptura aconteceu com o próprio surgimento da filosofia segundo certos pensadores. Outros apontam Descartes e a rigorosidade do seu método (cartesiano), sinônimo do pensamento metódico atual.
Muito se lê hoje em dia sobre o movimento “Nova Era”, “Wicca”, gnomos, duendes e “salve a natureza”, como se isso fosse algo novo e inusitado. No entanto, tudo isso não passa de um reflexo de tempos idos, dos momentos iniciais da civilização, assim como o falado período de ouro da humanidade.
Sonhamos com um futuro que nada mais é que o reflexo de um passado glorioso de paz e prosperidade, perdido numa das curvas da história.


TiTo Igatha
01/08/2006


Seu TiTo estilo Danny Glover no teste para Máquina Mortífera IV.

Luvas de Pelica


Luvas de Pelica

Pode parecer estranho dizer esse tipo de coisa, mas a verdade é que “adoro” ser subestimado.
A maioria das pessoas se ofende com essa atitude, sentem-se aviltadas, diminuídas, menosprezadas. Eu não! Pelo contrário. Isso me dá mais força para mostrar o meu melhor e calar a boca dos possíveis detratores. É sempre assim! Tenho mais garra para dar o “troco” numa condição adversa. Se sou tratado com condescendência, com pacífica mediocridade, não me sinto “mordido”. Faço apenas o trivial, o “esperado”. Não supero.
Isso, esta situação acontece muitas vezes comigo (acredito pela minha maneira despojada de me vestir ou de falar. Por exemplo, apareço numa reunião da Diretoria de Ensino vestindo bermudas, tênis, mochila às costas e ainda chego de bicicleta).
Quando os “responsáveis” me vêem, logo perguntam:
- Pois não? – “Tipo”, fala o que você quer? Ou então, “com quem você quer falar?”.
Espere aí! Eu não quero falar com ninguém...! Alguém sim quer falar comigo. Por isso estou aqui! Tá ligado aquele estilo: “Fale garoto, não tenho tempo para um tipo como você. Sou uma pessoa ocupada”.
Pois é aí que deito e rolo! Faço questão de cagar na cabeça da figura. Vou lhe espremer (no mundo das idéias) até tirar sangue. Para que então (talvez por prepotência) lhe diga subliminarmente: Viu feínho! Seja mais humilde!



TiTo Igatha

05/05/2006

Pensamentos

“Não fazia planos, nem tomava, de bom grado, compromissos a longo prazo. Só se sentia bem tendo certeza da livre disposição nos dias vindouros”.
Hermann Hesse – Knulp


“Um dos efeitos do medo é perturbar os sentidos e fazer com que as coisas não pareçam o que são”.
Miguel de Cervantes – Escritor espanhol


“ Ela é uma mulher feita pelas próprias mãos de Deus para mostrar a nós, homens, e às demais mulheres que ainda existe um céu no qual nos será dado entrar e que sua abençoada luz também pode nos guiar na terra. Ela é tão fiel, tão terna, tão nobre e tão generosa que, permita-me dizer, representa algo excepcional em uma época como a nossa, cética e egoísta.”
De Abraham Van Helsing para Jonathan Harker – Drácula – Bram Stoker


“O caráter de um homem é o seu destino”
Heráclito de Éfeso – Pré-Socrático – 540 a.C.- 480 a.C.


“O insignificante é tão importante quanto tudo o mais”
Walt Whitman – Poeta americano – 1819-1892


“Gehe,
Verschmähe
Die Treve,
Die Reve
Kommt nach.”


“Vai
Desdenha
A fidelidade,
O remorso
Virá depois.


(Goethe)

Conselho sobre a Filosofia

Que conselho posso oferecer a alguém que me pergunta se acho que deve ou não fazer uma faculdade de filosofia? Dizer a verdade? Que vai encontrar uma “pedreira” pela frente, em tudo diferente do programa de filosofia apresentado na Globo pelo Fantástico? Que vai cair de pára-quedas no meio de 2600 anos de história do Ocidente e que não será em nada semelhante a visão romântica que se costuma fazer da matéria? Não sei...
Dizendo isso, a verdade, posso transmitir uma visão pedante e prepotente de que a filosofia é para poucos (não estarei mentindo em absoluto!).
Poderia simplesmente concordar, evitando maiores celeumas e deixar para que a própria pessoa descubra a furada – ou a maravilha – em que se meteu!
Fazer um curso de filosofia é uma coisa, viver a filosofia é outra bem diferente. E é mesmo! Posso encontrar até muitos formados na filosofia, mas muitos filósofos (na verdadeira acepção da palavra) não os encontrarei. Com certeza!
Acabei um livro interessante sobre alguns pensadores, suas teorias e conturbadas vidas. Posso dizer que senti um enorme alívio em reconhecer-me na trajetória de muitos deles. Senti-me menos estranho ao mundo e vi que há “figuras” por aí, sofrendo assim como sofro. Não estou tão só, finalmente!
Será que uma pessoa “normal” conseguiria compreender o tamanho do problema em que estaria se metendo, ou passaria simplesmente pela superfície do verdadeiro embate filosófico? Para estas sim, recomendo um tal hobby.

TiTo Igatha
09/06/2006


Daimon


Sócrates dizia ser guiado pelo seu “Daimon”, seu demônio, a voz que lhe indicava o caminho. Pergunto. Não temos nós, nossos próprios “demônios guias”, se é que posso assim dizer? E a resposta. É claro que sim. Ou vai dizer, que algo no íntimo mais profundo, não surge ou insurge no momento da decisão errada, mostrando a verdade da situação, mesmo que esta não combine com o desejo inicial de praticar o ato.
É que, por escutarmos tantas histórias bonitas a tanto tempo, nos acostumamos a pensar que “voz do Deus” só aparece aos eleitos. Como Sócrates, e mesmo o Cristo, e na presença de arbustos flamejantes ou raios múltiplos no céu negro. E nunca, que tal contato se dê incessantemente durante a nossa vida, a todo momento, bastando estarmos abertos para isso.
Em certas circunstâncias sou chamado ao dever, e já não posso simplesmente refutá-lo, devo seguir o meu “Daimon”. Quando não o faço, geralmente as coisas não saem a contento, quando não algo pior.
Devemos aliados a esta voz (ou luz); que dizem por aí, os santos e profetas escutam, e nós também; caminhar firmes, acreditando e simplesmente entregando-nos ao mistério, sem medos ou receios.
Nem tudo na nossa vida, possui uma resposta racional, comprovada cientificamente, que nos dê a segurança tão desejada. Faz parte da vida o mistério. Desconsiderá-lo, é desconsiderar, camuflar como inexistente, o que nos liga mais profundamente com o universo, ou Deus, ou ainda como queira.

TiTo Igatha
14/09/2001