quinta-feira, 18 de dezembro de 2008



Despedidas

Aê people... o ano se finda e o seu TiTo deseja a todos tudo de bom e tudo de tudo...

Nesses dias o blog vai entrar meio em recesso, então aproveitem para ler o que ficou pra trás.

O Bush quase toma uma sapatada, a Madona veio cantar na casa dos Bambi's, uma mina da Coréia foi presa por adultério (8 meses de cana) e o mundo continua uma merda de sair fumaça. Quero ver o próximo ano. O bixo vai pegar, as torres vão cair, o sapato vai voar e eu não quero nem saber.

Enquanto isso, seu TiTo estará em algum lugar levando sua mensagem e seus bons augúrios, hehehe...

TiTo Forever... O quinto cavaleiro do Apocalípse

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008


A sorte está lançada...
TiTo no realejo dando uma de Oráculo de Delfos.

Viva a Barsa

A literatura me ensinou tudo – quase – o que sei hoje. Lembro de levar ao banheiro (meu escritório particular) a coleção da Barsa, enciclopédia gigante e ficar lendo os verbetes que mais me interessavam. Conta ainda minha mãe, que eu ficava com o livrinho infantil “O soldadinho de chumbo” sobre o colo e contava a história repetidas vezes para mim mesmo, “Era uma vez uma bolorina...” – vide bailarina.
Desde cedo fui pego pelas histórias.
No Colégio Dante Alighieri retirava os livrinhos no jardim da infância das pequenas bibliotecas que todas as salas possuíam. Lembro de sempre estar lendo algo. “Eu Cristiane F. 13 anos drogada e prostituída” quando eu mesmo tinha 13 anos. Muito aprendi com as desgraças do casal drogado que vagava pelas ruas de Berlim. E assim por diante! Aprendizado contínuo.
Concordo com o estudioso Roland Barthes, quando diz que se todas as matérias por um motivo ou outro tivessem de ser suprimidas das grades curriculares, a literatura seria então a única extremamente necessária a permanecer no curriculum, pois seu conjunto abarca todas as outras disciplinas.
Afinal num livro de literatura encontramos informações geográficas, históricas, científicas, antropológicas e todas outras imagináveis. Apresenta em seu corpo todas as informações necessárias ao desenvolvimento de um indivíduo.
Citando ainda outro estudioso – Elias Canetti – a importância das “metamorfoses”, o aprendizado trazido pelas várias “vidas” que desfilam perante nossos olhos, desvelando (alétheia – lembra?)as realidades possíveis e compartilhando com todos as experiências dos vários períodos históricos e vidas possíveis.

TiTo Igatha

31/08/2004

Ruptura

Nos dias de hoje parece impossível conceber que o homem já viveu em harmonia com a natureza. E viveu!
Houve um tempo em que o homem vivia integrado à natureza. Tinha na natureza a sua casa, e sua mãe comum. Pacha mama, mãe terra... O maltrato era castigado pelos deuses com rigorosidade, a caça tinha como fim, a alimentação e vestimenta básica, não a criação do supérfluo.
Isso se perdeu, o homem cindiu com a natureza. A partir da criação técnica exacerbada, o ser humano afastou-se da sua raiz divina, sagrada, e apoiado na técnica, na ciência, passou a crer apenas no cientificamente comprovado. A palavra mágica foi silenciada.
A ruptura aconteceu com o próprio surgimento da filosofia segundo certos pensadores. Outros apontam Descartes e a rigorosidade do seu método (cartesiano), sinônimo do pensamento metódico atual.
Muito se lê hoje em dia sobre o movimento “Nova Era”, “Wicca”, gnomos, duendes e “salve a natureza”, como se isso fosse algo novo e inusitado. No entanto, tudo isso não passa de um reflexo de tempos idos, dos momentos iniciais da civilização, assim como o falado período de ouro da humanidade.
Sonhamos com um futuro que nada mais é que o reflexo de um passado glorioso de paz e prosperidade, perdido numa das curvas da história.


TiTo Igatha
01/08/2006


Seu TiTo estilo Danny Glover no teste para Máquina Mortífera IV.

Luvas de Pelica


Luvas de Pelica

Pode parecer estranho dizer esse tipo de coisa, mas a verdade é que “adoro” ser subestimado.
A maioria das pessoas se ofende com essa atitude, sentem-se aviltadas, diminuídas, menosprezadas. Eu não! Pelo contrário. Isso me dá mais força para mostrar o meu melhor e calar a boca dos possíveis detratores. É sempre assim! Tenho mais garra para dar o “troco” numa condição adversa. Se sou tratado com condescendência, com pacífica mediocridade, não me sinto “mordido”. Faço apenas o trivial, o “esperado”. Não supero.
Isso, esta situação acontece muitas vezes comigo (acredito pela minha maneira despojada de me vestir ou de falar. Por exemplo, apareço numa reunião da Diretoria de Ensino vestindo bermudas, tênis, mochila às costas e ainda chego de bicicleta).
Quando os “responsáveis” me vêem, logo perguntam:
- Pois não? – “Tipo”, fala o que você quer? Ou então, “com quem você quer falar?”.
Espere aí! Eu não quero falar com ninguém...! Alguém sim quer falar comigo. Por isso estou aqui! Tá ligado aquele estilo: “Fale garoto, não tenho tempo para um tipo como você. Sou uma pessoa ocupada”.
Pois é aí que deito e rolo! Faço questão de cagar na cabeça da figura. Vou lhe espremer (no mundo das idéias) até tirar sangue. Para que então (talvez por prepotência) lhe diga subliminarmente: Viu feínho! Seja mais humilde!



TiTo Igatha

05/05/2006

Pensamentos

“Não fazia planos, nem tomava, de bom grado, compromissos a longo prazo. Só se sentia bem tendo certeza da livre disposição nos dias vindouros”.
Hermann Hesse – Knulp


“Um dos efeitos do medo é perturbar os sentidos e fazer com que as coisas não pareçam o que são”.
Miguel de Cervantes – Escritor espanhol


“ Ela é uma mulher feita pelas próprias mãos de Deus para mostrar a nós, homens, e às demais mulheres que ainda existe um céu no qual nos será dado entrar e que sua abençoada luz também pode nos guiar na terra. Ela é tão fiel, tão terna, tão nobre e tão generosa que, permita-me dizer, representa algo excepcional em uma época como a nossa, cética e egoísta.”
De Abraham Van Helsing para Jonathan Harker – Drácula – Bram Stoker


“O caráter de um homem é o seu destino”
Heráclito de Éfeso – Pré-Socrático – 540 a.C.- 480 a.C.


“O insignificante é tão importante quanto tudo o mais”
Walt Whitman – Poeta americano – 1819-1892


“Gehe,
Verschmähe
Die Treve,
Die Reve
Kommt nach.”


“Vai
Desdenha
A fidelidade,
O remorso
Virá depois.


(Goethe)

Conselho sobre a Filosofia

Que conselho posso oferecer a alguém que me pergunta se acho que deve ou não fazer uma faculdade de filosofia? Dizer a verdade? Que vai encontrar uma “pedreira” pela frente, em tudo diferente do programa de filosofia apresentado na Globo pelo Fantástico? Que vai cair de pára-quedas no meio de 2600 anos de história do Ocidente e que não será em nada semelhante a visão romântica que se costuma fazer da matéria? Não sei...
Dizendo isso, a verdade, posso transmitir uma visão pedante e prepotente de que a filosofia é para poucos (não estarei mentindo em absoluto!).
Poderia simplesmente concordar, evitando maiores celeumas e deixar para que a própria pessoa descubra a furada – ou a maravilha – em que se meteu!
Fazer um curso de filosofia é uma coisa, viver a filosofia é outra bem diferente. E é mesmo! Posso encontrar até muitos formados na filosofia, mas muitos filósofos (na verdadeira acepção da palavra) não os encontrarei. Com certeza!
Acabei um livro interessante sobre alguns pensadores, suas teorias e conturbadas vidas. Posso dizer que senti um enorme alívio em reconhecer-me na trajetória de muitos deles. Senti-me menos estranho ao mundo e vi que há “figuras” por aí, sofrendo assim como sofro. Não estou tão só, finalmente!
Será que uma pessoa “normal” conseguiria compreender o tamanho do problema em que estaria se metendo, ou passaria simplesmente pela superfície do verdadeiro embate filosófico? Para estas sim, recomendo um tal hobby.

TiTo Igatha
09/06/2006


Daimon


Sócrates dizia ser guiado pelo seu “Daimon”, seu demônio, a voz que lhe indicava o caminho. Pergunto. Não temos nós, nossos próprios “demônios guias”, se é que posso assim dizer? E a resposta. É claro que sim. Ou vai dizer, que algo no íntimo mais profundo, não surge ou insurge no momento da decisão errada, mostrando a verdade da situação, mesmo que esta não combine com o desejo inicial de praticar o ato.
É que, por escutarmos tantas histórias bonitas a tanto tempo, nos acostumamos a pensar que “voz do Deus” só aparece aos eleitos. Como Sócrates, e mesmo o Cristo, e na presença de arbustos flamejantes ou raios múltiplos no céu negro. E nunca, que tal contato se dê incessantemente durante a nossa vida, a todo momento, bastando estarmos abertos para isso.
Em certas circunstâncias sou chamado ao dever, e já não posso simplesmente refutá-lo, devo seguir o meu “Daimon”. Quando não o faço, geralmente as coisas não saem a contento, quando não algo pior.
Devemos aliados a esta voz (ou luz); que dizem por aí, os santos e profetas escutam, e nós também; caminhar firmes, acreditando e simplesmente entregando-nos ao mistério, sem medos ou receios.
Nem tudo na nossa vida, possui uma resposta racional, comprovada cientificamente, que nos dê a segurança tão desejada. Faz parte da vida o mistério. Desconsiderá-lo, é desconsiderar, camuflar como inexistente, o que nos liga mais profundamente com o universo, ou Deus, ou ainda como queira.

TiTo Igatha
14/09/2001

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Temas de uma aula de filosofia

Temas de uma Aula


Sobre o que falei na minha primeira aula:
- Palestinos X Israelenses
- Muro de Berlim;
- Guerras Históricas;
- Criação da ONU;
- 2o Guerra Mundial;
- Nazismo e Star Wars (referências implícitas);
- Darth Vader (Star Wars), lado negro da força como representação psicológica – um estudo psicológico dos personagens e contexto da Trilogia (Star Wars);
- Yroshima e Nagasaki (bombas atômicas);
- Sabedoria Oriental;
- Sua transformação em Filosofia (Ocidental);
- Observamos o mapa-múndi e suas outras relações históricas;
- Surgimento do primeiro homem na África;
- Início da civilização;
- Política partidária X Política aristotélica;
- Bioética;
- Transgênicos; Seicho-no-ie e budismo;
Tudo entremeado por Heráclito, Sócrates, Big Brother, questões sociais e sociedade de consumo, propagandas e suicídios. Problemas e problemas, ricos e pobres, o sofrimento humano.
Uma aula de filosofia no mínimo inusitada.
Ps. Tudo isso em 50 minutos, um recorde.



NiNo Sca
11/02/2004

LOS ANGELES – Bettie Page, uma das mais famosas modelos "pin-up" e um dos ícones da revolução sexual nos anos 60, morreu em Los Angeles aos 85 anos. Suas fotos em poses provocadoras, geralmente de biquíni, a transformaram em um dos símbolos sexuais do século 20.
12/12/2008
Ps. Que dó!!!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008



Seu TiTo nas Barricadas de 68, França.

Lutando pela sua criação de porcos e vinho.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Pensamentos

“ O educador de amanhã... sentirá as qualidades de vida em cada criança, reconhecerá suas qualidades específicas e fará tudo para que elas possam ser desenvolvidas... ele se familiarizará com as qualidades emocionais naturais que variam de uma criança a outra e aprenderá a levar em conta as influências sociais que se opõem de perto ou de longe a estas qualidades vivas”.
Reich, Wilhelm

“A música está em tudo. Do mundo sai um hino”
Victor Hugo (1802-1885)

“Quem anda na ponta dos pés fica sem firmeza”.
Lao-Tsé – Filósofo Chinês

“O melhor brinquedo de todos é a nossa imaginação”
Rachel de Queiroz

“O amor ensina até os asnos a dançar”
ditado francês

Seu TiTo participando da Resistência Francesa...
Entregava mensagens disfarçado como um bom velhinho.

Cobro Comprometimento




Cobro comprometimento. Do aluno que assiste minhas aulas, assim como estou comprometido com as aulas que devo transmitir. Aliás, acho que esta será a principal forma de avaliação daqui por diante. Tenho muito mais consideração com o garoto que se esforça e com um olhar demonstra a luta pela compreensão, mesmo sendo um “analfabeto funcional”, do que aquele outro aluno cínico (no sentido negativo do termo) que por trás, pelas costas, está lhe tirando de idiota, com maldade e malícia.
Cobro comprometimento dos professores, assim como me cobro além do devido. Não adianta ficar reclamando de salário e condições. Foda-se, ninguém, tem nada a ver com os seus problemas! E como fazem aqueles mestres do interior do sertão que nem lousa tem? Não é só com computador que se faz conhecimento. Basta lembrar dos antigos aedos-poetas que transmitiam oralmente toda a tradição. Sem lousa, nem computador.
E principalmente, cobro o compromisso primordial desses filhos da puta que nunca são punidos, andam de terno e gravata, carro blindado, roubam bilhões e criam os próprios benefícios em nome da lei (como aumentar o próprio salário). Vendo o que é feito, penso que o povo deveria tirar todo mundo de lá na porrada, e descer o cacete. Veja bem, não estou incitando à violência, só acho que a justiça do jeito que está é mais uma mentira (das tantas). Ela defende principalmente os que deveriam ser punidos (e nem falei nada de classe social, não sou partidário).



TiTo Igatha
25/07/2008



Certas influências de leitura

Acho que eu deveria parar com essa mania idiota de pensar que tudo na vida têm um significado para além da simples aparência. Um sentido transcendental que oferecesse um sentido a tudo, mesmo que desconhecido para nós.
Nada, nada, tudo é assim porque têm de ser assim! Não há nenhuma explicação satisfatória, nem mesmo uma insatisfatória (o que já ajudaria!). Devemos parar de nos enganar desta forma e encarar a crua realidade. Realidade sem subterfúgios, o que não aceitamos.
Tudo é tão sem sentido para nós, que isso por si explica toda tentativa de explicações e filosofias.
Estou descrente de tudo, gostaria de simplesmente viver sem maiores porquês. Não ficar perguntando infinitamente sobre o que me escapa por natureza. É por natureza que não compreendemos nada de nada, então um movimento anti-natural essa tendência a dar respostas.
Buscar as respostas faz parte da nossa constituição visto a nossa incompletude, agora dar respostas não nos caberia! Como diz o fragmento de Heráclito, deveríamos simplesmente seguir o que é comum. O que isso quer dizer, talvez seja a idéia de simplesmente viver na medida do possível em conformidade com o movimento da natureza, movimento natural das coisas, bem o contrário do que nós mesmos acabamos fazendo, quando por exemplo resolvemos tomar as coisas em nossas mãos e agir de acordo com a nossa “vontade”.
Minhas vontades só me arrumam encrencas e novas dores de cabeça.


TiTo Igatha
21/11/2003

Pensamentos

“A natureza envia o filósofo à humanidade como uma flecha; ela não visa, mas espera que a flecha ficará cravada em algum lugar.”
Nietzsche, Schopenhauer – Éducateur

“... não queria morrer como um animal, queria compreender.”
O muro – Jean-Paul Sartre

“quisera dizer – foi uma bela vida. Mas não se podia fazer um julgamento, pois ela era apenas um esboço; havia o tempo todo a fazer castelos para a eternidade, não compreendera nada.”
O muro – Jean-Paul Sartre

“... algumas horas ou alguns anos de espera dão na mesma, quando se perdeu a ilusão de ser eterno.”
O muro – Jean-Paul Sartre

“é preciso muito mais para intimidar um homem que vai morrer.”
O muro – Jean –Paul Sartre

Como posso saber?


Como posso saber?


As pessoas perguntam: e agora, quais são seus planos? E não consigo lhes explicar que não, não tenho nenhum! Isso parece absurdo concordo. Mas como dizer que procuro simplesmente “seguir o-que-é-comum” (na idéia de Heráclito), ou um “deixa a vida me levar” mais próximo de suas compreensões.
Talvez o fato mesmo de rabiscar estas linhas seja uma busca minha mesmo por um caminho. Mas a idéia é verdadeiramente essa, eu não tenho nenhum plano de “viagem”. Ah, mentira! Dirão que isso é impossível. Só posso dizer que neste momento não é questão de possibilidade ou impossibilidade, simplesmente não tenho planos para além do passeio ao parque de diversões com os alunos, ou o outro à exposição cultural (folclore dos municípios do Estado).
Impossível! Ninguém vive sem metas, sem ambições, planejamento? Porém, devo dizer que é assim que me sinto.
Às vezes penso se estou sendo omisso, displicente... Não sei! Só sei que vou fazendo apenas o que as necessidades mais urgentes pedem. Preparo algumas aulas, esboços de possíveis aulas e me dedico aos meus amigos! Estudantes. Tento pelo menos lhes transmitir um sabor maior, melhor da vida, suas potencialidades. Concurso, empregos futuros, cursos avançados (mestrado)... Não sei!
Acho melhor no momento, acreditar mais do que nunca no “raio fulgurante que a tudo dirige” (novamente Heráclito), ou ainda, aprofundar-me nos pensamentos estóico-orientais e entregar-me aos desígnios do Sagrado, bem ao pé da letra do “seja feira a Vossa Vontade”. Mais do que isso não me cabe.


NiNo Sca

16/08/2005

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008


300

Só quero que vocês compreendam uma coisa. Os espartanos eram “muita treta”! Estilo “tropa de elite” mesmo! Chegavam arregaçando!
É louco você pensar que existiu um povo que vivia em estado permanente de guerra. Que todos os seus valores tinham como ponto máximo a honra e a pátria. Que buscavam a “bela morte” mais que tudo. Os caras não pipocavam na hora da treta. Iam pra cima dando risadas. A glória era morrer em combate e ter o nome levado à eternidade. Eram “descendentes direto de Hércules”.
Os muleques já eram tirados da família com sete anos de idade. Viravam mini-soldados em treinamento. Imagine então quando se tornavam adultos? Pense na vida em um lugar que nem muro tinha, já que viviam prontos pra guerra? Ninguém tem medo de nada não! “Manda vim!”.
Vai sair na mão com um maluco que não tem medo de nada! Vai encarar? Profissão: soldado. Maior sonho: morrer na guerra. Só isso!
Os espartanos encarnariam aquilo que um filósofo chamou de “vontade de poder”. Um povo que se afirma que não teme (nem amarela). Que no momento mais difícil abraça a dificuldade e ri dela. Vai pra cima na resolução. Não fica se lamentando. Ativo e não reativo. Moral do senhor.
“Pela honra, pelo dever, pela glória, nós marchamos”. Isto é Esparta.

Sensei Sca
02/09/2008

É o bixo!!!



Seu TiTo "apontador do jogo do bixo" num momento de descanço na sua atribulada rotina.

Pensamentos

“ Para o homem consciente só havia um dever: procurar-se a si mesmo, afirmar-se em si mesmo e seguir sempre adiante o seu próprio caminho, sem se preocupar com o fim a que possa conduzi-lo.”
Hermann Hesse – Demian


“naturalmente eu pensava como ele e tudo quanto me dizia eu poderia dizer-lhe – esse negócio de morrer não é nada natural.”
O muro – Jean-Paul Sartre


“não queria pensar no que ia acontecer de manhã cedinho, na morte. Aquilo não tinha sentido, não encontrava senão palavras, um vazio.”
O muro – Jean-Paul Sartre

“Imaginem que estou começando a esquecer o seu rosto. E será assim que seremos esquecidos, nós também, um dia”.
As três Irmãs – Tchekhov

“A cada idade, conduta diferente”.
Plauto (254-184 a c.)



Sem superstições


Quase não posso acreditar, Sexta-feira 13. Dia do Jason, gatos pretos e toda essa “quél” (como diria nosso druguesinho Alex).
Não pense que digo isso de maneira desrespeitosa, muito pelo contrário, sou um tanto supersticioso, não consigo me ater por longos períodos ao racionalismo pleno, poderia dizer que tenho “os dois pés na cozinha”, se é que você me entende!
Costumam atribuir ao acaso da data, um poder negativo sobre as pessoas. É o dia que promete encrencas. A não ser que o contrário seja o certo, o dia de maior sorte, afinal o número da sorte do Gastão (e do Zagalo), não é justamente o número 13?
Para mim particularmente o dia da grande sorte e felicidade foi ontem, dia 12, Quinta-feira. Dia em que pude rever uma pessoa muito querida. Minha musa, que mesmo não chamando-se Beatriz com a de Dante, é tão admirada quanto. Um dia que pode ter grandes possibilidades de representar o melhor de toda a vida. E ao retornar ao lar, a frase da folhinha dizia o seguinte: “Dê a maior importância aos pequenos acontecimentos e prazeres do cotidiano”. Algo como: “Meu irmão, quando estiver acontecendo algo de bom, esqueça o resto e viva unicamente aquele momento”.
É aquela antiga questão da sabedoria oriental, viver o presente, afinal o que é a meditação senão anular passado, futuro e deter-se unicamente no presente, no agora. Se conseguíssemos realmente isso poderíamos ter a certeza da inexistência plena de perigos que carrega uma data como a mencionada.

Ps. Bruxas me ajudem, amo uma.
Ps. 2 – “Macacos me mordam”, como diria Popey



NiNo Sca
13/09/2002

Melancolia natalina




Acho a felicidade a coisa mais incrível na vida. O poder que confere à pessoa a capacidade de bem dizer a vida, seja quais forem as suas condições. Pessoas que sorriem para as adversidades e sempre guardam um sorriso e uma boa palavra em qualquer situação que se apresente.
Como diz a música: “Na vida a coisa mais feia, é gente que vive chorando de barriga cheia”. E quanto “choro” eu de barriga mais que cheia!
Não consigo sentir-me feliz com nada neste mundo, sempre triste e melancólico pelos cantos, enquanto quem poderia realmente estar “chorando” por aí, sorri e agradece em oração.
Duplamente desgraçado sou eu, não sei admirar a felicidade que possuo e ainda cobro-me por aqueles que verdadeiramente a merecem. O que me espera na vida?
Há pessoas boas sim, pessoas que merecem o que de melhor a vida poderia dar, e por mais que as situações lhes são adversas nada abala a confiança que têm na providência, no Sagrado.
Pessoas que oferecem bênçãos com amor e que nem ao menos demonstram o mínimo de preocupação para consigo mesmas, não há egoísmo de nenhuma forma, só o outro.
Oh, como me sinto pobre de espírito pela minha incapacidade de alegrar-me verdadeiramente. Como devo magoar aqueles que me são próximos com este meu comportamento. Se ao menos eu conseguisse aparentar o contrário.


NiNo Strapillo
25/12/2003
12:30

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Um encontro de mestres



Seu TiTo num léro de responsa com Platão...

(Seu TiTo aparece parcialmente de costas)

Ao cão amigo


Ao cão amigo

O cão apareceu acompanhando as alunas que brincaram com ele pelo caminho. Olhar de “help me, please!”. Surgiu com olhar suplicante daqueles que não podem resolver os problemas por si mesmos (dependem de nós). Comendo grama e tomando água (o que já demonstrava o tamanho da sua fome). Virando de barriga pra cima e abanando o rabo (o que transmitia o tamanho de sua carência). Mas mesmo com o protesto dos alunos que pediam pela sua “adoção”, ele foi expulso. Mesmo com o comprometimento dos estudantes, ele foi expulso.
Pesquisa realizada numa penitenciária norte-americana mostrou que os presos beneficiados com a presença de um animal de estimação, demonstraram comportamento diferenciado. Diminuíram os números de violência e outros delitos. Os presos compartilhavam sua dor com os animais e isso os ajudava na sociabilidade, resignação e respeito mútuo.
Na escola é diferente, afinal estamos aqui pra aprender (só não compreendo ainda o quê?).
Proibido animais de estimação no recinto escolar (mesmo que esse recinto tenha muito verde e espaço abandonado!). Animais só os da casa, que devem obedecer de orelha baixa e fazer xixi quando ordenados.
Depois querem que ensinemos o respeito pela natureza, pelo próximo... Que mentira! Tudo no papel, não na prática. Jogue o cão para a rua e venha aprender sobre respeito, garoto! “Ah professor, deixa ficar com o cãozinho?”. “Não! Onde já se viu! Aqui é lugar de aprender, não de cuidar de bicho!”. “2+2=4”. “Ética significa...???”. Não sei. Isso não me diz mais nada.
Perdão por não ter feito nada.
Vamos continuar a nossa mentira, vocês fingem que aprendem e eu finjo que ensino. Lição que não se pratica, não existe.

Sinceramente
20/08/2008

Meantime


O ambiente azulado pela fumaça dos cigarros deixa transparecer o clima tenso e denso. Dois homens olham para além da imagem que a TV mostra, estão preocupados com suas vidas, vidas sem vida, vida de privações e desencantos. Uma voz vem até eles, nem se apercebem estão alienados.
Lá fora o sol que não sai por detrás das nuvens pesadas, carrega ainda mais no tom acinzentado das construções da cidade de altos progressos e muitas desgraças. Jovens perambulam pelos cantos, pelos becos, buscando o que da vida fazer, qual atitude tomar, uma resolução que os tire daquele estado de coisas. Desenganados.
O governo prometeu ajudar, buscar formas para aplacar a sensação de incapacidade, de indigência. Muitos estão assim, assim perdidos, perdidos entre sonhos de melhores dias. Falta. Falta de dinheiro, de ajuda, de esperanças, de trabalho. Mas todos não estão assim? Assim como?
Classes que se dividem, lutando pela sobrevivência de sua estirpe, lutando para não ser rebaixadas mais ainda de seus já minguados recursos. Disputando o pouco que lhes permitem com aqueles mais fracos ainda, revolvendo o lixo da sociedade.
O tom azulado se adensa, a resignação domina e a fé sucumbe.


TiTo Igatha

Seu TiTo em Cuba



Tito Puente, primo cubano de seu tito, praticando para um show na Gaviões da Fiel.

Pensamentos

“... não tivesse o eterno posto a sua lei contra o suicídio!... ó Deus, meu Deus que fatigantes, insípidas monótonas e sem proveito as práticas do mundo, todas me parecem!
Que nojo o mundo, este jardim de ervas daninhas...”
A tragédia de Hamlet – ato I, cena II – William Shakespeare

“Os animais têm vantagens sobre os homens: não precisam de teólogos para instruí-los, seus funerais lhes saem de graça e ninguém briga por seus testamentos”.
Voltaire

“A laboriosa abelha não sobra tempo para tristezas”
William Blake

“As glórias humanas, mesmo as mais sagradas começam a se confundir sob a luz, diminuem, se perdem sob a terra, sob o ataque de nossas danças maléficas”
(Erínias Vingadoras)

“Todas as palavras são igualmente lindas. Nós é que as corrompemos.”
Nelson Rodrigues

Cartas da Zona de Guerra


Cartas da Zona de Guerra

“Chris era o tipo de aluno iluminado, que qualquer professor reza para ter em sua turma. Ele era brilhante e motivado, disposto a questionar. Lia os livros sugeridos e, de fato, parecia se engajar às idéias”.
Cartas da Zona de Guerra – Michael Moore

Esse grande e raro aluno descrito acima morreu estupidamente aos 24 anos na não menos estúpida guerra do Iraque. Esse é o desabafo de sua professora que passados três anos ainda lembrava com carinho do aluno.
Como diz minha avó: “Esse mundo está perdido!”. Devo concordar com a sua idéia. O mundo está mesmo perdido, e em vias de perder-se irremediavelmente. Afinal, o ser humano (de modo geral!) não merece a Graça de habitar tão belo planeta. É muito boçal para apreciar a importância disso e deve, portanto, provocar a sua extinção o mais rápido possível.
Quando penso que não terei mais nenhuma surpresa, descubro novas atrocidades que fazem meu sangue gelar e ter pensamentos pessimistas como os citados. Quando acho que a bomba nuclear é o que de pior poderia existir, vêm novas informações (livros e mais livros) dizendo que o homem já criou coisas muito piores – armas químicas e biológicas, por exemplo... Descubro que a ciência avança na busca de soluções mais simples e econômicas para a eliminação da própria vida.
Que o conteúdo equivalente a um pacote de 1 Kg de açúcar é o suficiente para matar toda a população de um estado e espalhar doenças incuráveis para o resto do mundo. Desenvolvem-se bactérias imunes a qualquer tipo de tratamento e antibióticos existentes. E que somos utilizados “literalmente” como cobaias em experimentos científicos do qual não temos o menor conhecimento.

Sei que é bem mais fácil pensar que tudo isso não passa de teorias conspiratórias e continuar levando mediocremente a vida. Mas quando se deu o primeiro passo em busca do conhecimento, a ignorância plena não os é mais permitida (nem suportada).

NiNo Stuna
29/08/2006

Non-Sense


Non-sense

As instituições costumam ser muito burras, mas a da educação, sendo o que é, ganha. A maior burrice!!!
O discurso é contrário à prática. Por exemplo, a internet. Todo mundo fala de inclusão digital, mundo virtual, o acesso às informações, a riqueza de conhecimentos possibilitada pela Net e, no entanto, você entra numa escola do estado (a que me cabe) e encontra o aviso logo acima do computador: Só é permitido o acesso a páginas da educação ou para pesquisas para os alunos (preparar aulas).
Me diz então: se for imagens e não letrinhas não pode? Se for música então esquece? Nestas horas penso na frase do Nietzsche onde diz que o verdadeiro mestre vê tudo em relação aos alunos. Porque eu vejo.
É claro que pensando na média um aviso assim até é necessário, afinal se deixar, alguns entram em site pornô e etc. Às vezes falta um bom senso, básico. Mas nem há problemas. As professoras (na maioria) são tranqüilas em relação às novas tecnologias, então desnecessário maiores cuidados.
Mesmo se eu colocar num site de games penso que isso não prejudicará o lado profissional, pelo contrário. Tudo intrincado como está, só benefício trará. Não estou jogando em horário de aula, preciso de um descanso mental, e na maioria desses jogos grátis, só se exercita o reflexo e raciocínio. Tipo tétris.
Me irrita esse controle burro, como se só estivesse “trabalhando” se fosse flagrado com a enxada na mão! Reflexo do próprio pensamento mecanicista onde a produção é o que importa (e basta).


NiNoSca
02/07/2008

Seu TiTo lendo a boa nova...


Seu TiTo num dos seus raros momentos de descanso. Trocado para o ritual do chá com a rainha Pentesiléia das Amazonas.
“Pela primeira vez saboreei a morte. Tinha um gosto amargo. Pois a morte é renascimento, é angústia e medo ante uma renovação aterradora.”
Hermann Hesse – Demian

“ Não há por que te compares com os demais, e se a natureza te criou para morcego, não deves aspirar a ser avestruz.”
Hermann Hesse – Demian

“O amor é a ilusão de que uma mulher é diferente das outras”.
H.L.Mencken

“Meu animal favorito: bife”.
Fran Lebowitz

“O melhor amigo do homem é o uísque. O uísque é o cachorro engarrafado”.
Vinícios de Moraes

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008


Rolê de Dog’s

Vi agora um cortejo louco de doguítchalos (como os chamo). Quatro figuras traziam pelas “mãos” uns nove ou dez lindos cães.
Lembrei dos rolês que dava com a saudosa e querida Luminha. Nosso Dog de casa. Compartilhou sua existência com a gente por treze anos. E pensei no quão diferente eram as nossas “caminhadas”.

Ela simplesmente ignorava qualquer tentativa de ordem minha. Ela fazia o que queria comigo. Dava a hora dela e ela começava a rondar com o ar de piedade que todo cão tão bem faz. E lá íamos nós!
Quando ela estava disposta, queria ir longe. Mas também podia cismar de não querer ir adiante. Tá certo também que ela a maior cagona e pipocava de vez em quando nuns encontros. Pô! Aí seus pelos eriçavam e ela passava empinada que nem um gato.
Um tanto estressada (retrato dos donos), evitávamos certos horários. Ela se dava melhor com os porteiros noturnos e com as ruas quase desertas (um lobo da estepe).
E lá íamos nós.


Eu
16/10/08

Imput

Nem sei mais se alguém lembra daquele filme do robozinho que ajudava o indiano em Nova York. Short Circuit é o nome do filme. Um robô que ama as borboletas e devora livros e mais livros em segundos. Falando seguidamente: imput, imput...
O que ele mais quer é informação e admirar o mundo, diria de um robô filósofo.

Estou tentando colocar essa idéia nas conversas extracurriculares e aulas. É legal ver que tem uma galera que abraça e vai atrás na curiosidade. Levei Edward Bunker prum garoto (nem tão mais garoto) que estava abrindo os olhos depois de uma temporada difícil (se é que você me entende!). A gatinha ninja curte um estilo xinoxi, como diria o amigo coelho. Apresentei um quadrinho japonês dum tiozinho que com 52 anos foi preso por colecionar armas modificadas. Mesmo sendo uma figura conhecida, foi preso por um tempo. Esse livro contava a vida na cadeia de lá e a total diferença dos nossos costumes. Lá o castigo é o excesso de rigidez e normas. Quem viu gostou dos traços e idéias.
Diego e Paulo já foram introduzidos num mundo de Herman Hesse, Renne Maria Remarke em “Nada de Novo no Front”, e que tais. Louco! Os moleques gostam, só querem a oportunidade. Não digo que a adesão é luxo, mas posso me dar por satisfeito na medida do possível. É a parábola do semeador senão me engano, (não manjo muito das histórias Sagradas).
Sem dizer que temos bons frutos aí na fita. Conhecido como Piu, Rodrigo, aluno formado no ano passado, que me apresentou ao livro Papillon (se é assim que se escreve).
E uma marca que me causa muito orgulho e medo. Duas alunas (agora três) que estudaram com a gente estão fazendo filosofia. Pô! Fico assustado pensando se fui boa influência, não quero ninguém melancólico por aí (hehehe).
Logo mais o ano finda e mais uma ninhada sai voando. Espero que voem bem e alto.


Abraço
Teacher

20 e pãns do mês 10 de 08.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Pensamentos

“Não cabe ao homem colocar-se em oposição à sociedade, mas manter-se em atitude compatível as leis de seu ser, que não estarão em oposição às leis governamentais, se ele tiver a sorte de se defrontar com um governo justo.”
Henry David Thoreau – Walden

“ O mais monstruoso dos monstros é o que tem sentimentos nobres.”
Dostoiévski – O eterno marido

“Você sabe como, em casos semelhantes, as mulheres conseguem persuadir os maridos. Se até um anjo descesse do céu, o marido não lhe daria crédito, e sim à mulher.”
Dostoiévski – O eterno marido

“Vivemos, agimos e reagimos uns com os outros; mas sempre, e sob quaisquer circunstâncias existimos a sós.”
Aldous Huxley – As portas da percepção

“Amar é oferecer o seu corpo a um outro corpo; mas é também mais fundamentalmente, exigir que esse corpo se ofereça também, que ele deseje; é desejar o desejo do outro...”
Hegel

Aos formandos



Não posso reclamar de forma alguma dos meus alunos e do quanto estão absorvendo da filosofia. É certo que são praticamente analfabetos na história da filosofia. Não sabem o ano que Sócrates morreu, nem quem foi Santo Agostinho, mas adquiriram (no caso vejo agora dos formandos) uma visão crítica e um sentimento filosófico que poucas vezes vi, mesmo em professores.
Passei uma avaliação agora no final do ano aos alunos do 3º colegial. A imagem do pensador de Rodin, a frase famosa que diz da inutilidade da filosofia e uma simples questão: Mas afinal, pra que filosofia?
Não posso dizer que não fiquei orgulhoso, ao ver muitos reflexos de minhas aulas naquelas idéias. Percebia por detrás das palavras, a qual aulas ou idéias estavam inconscientemente se referindo.
Sempre me questiono muito, sobre a melhor forma de dar a matéria, não torná-la maçante e cansativa.
Vivemos num “prato cheio” à filosofia! Para os questionadores basta “deitar e rolar”. Tudo são temas filosóficos. Por que então ficar restrito ao básico? Passei para eles algumas coisas que não esquecerão jamais. O vídeo “Another Brick in the Wall” do Pink Floyd. Discutimos a educação tradicional, ainda o documentário “Tiros em Columbine” e o filme “Um Dia de Fúria” e pensamos nos possíveis motivos que levam as pessoas a tais extremos de comportamento. O que podemos fazer para não pirar também?
Sei que algumas sementes caíram em terreno muito fértil. E muitas boas idéias estão por aí sendo geradas nesta nova geração. Já valeu.



TiTo Igatha
07/12/2007

Santuário de Helicon

A lenda é grega, mas pode facilmente ser “convertida” para o catolicismo:
Depois que Deus acabou de criar o mundo, ficou muito feliz com a obra, mas sentia que algo estava faltando. O que seria?
- Ah, já sei! – talvez tenha pensado Ele – o que falta é a palavra laudatória. Aquela que descreve a beleza, a criação... e assim ela está criada!
Assim nasceram as musas, as nove filhas de Zeus e Memória (Mnemosyne). As responsáveis pelas boas idéias, boas vibrações (good vibrations), para que os simples mortais pudessem melhor descrever e tentar minimamente transmitir alguns aspectos do Sagrado. A beleza do Divino.
As divinas musas habitam o grande monte Helicon e lá dançam e cantam em volta da sagrada fonte. Participam e animam o banquete dos deuses e partem pela noite encobertas pelo divino véu, espalhando a inspiração aos seus suplicantes, que tocados pela graça, desenvolvem suas artes em nome Daquele que a tudo dirige.
Calíope (poesia épica), Clio (história), Euterpe (música), Erato (poesia lírica), Terpsícore (dança), Melpomene (tragédia), Talia (comédia), Polímnia (Hinos Sagrados e Urânia (astronomia).
Peçamos a elas com humildade e respeito para que guiem nossos passos nas sendas da arte.

NiNo Strapillo
31/12/2004

Elos da corrente


Elos da corrente


Elos da corrente: do mais poderoso ao menos. Os de cima ordenam, simplesmente! Os de baixo se fodem para cumprir. E nessa, arrebentam alguns “elinhos” sem importância. Sem maiores problemas, pois a maioria (todos) é facilmente substituída. Tipo o estrangeiro turco trabalhando para o patrão alemão. Peças renováveis.
Nessas, até tenho dó de alguns nessa hierarquia burra. Principalmente daqueles “linhas de frente” sem poder real e que apenas transmitem as “ordens superiores”.
Até devo agradecer a função deles. Como diz professor: “São apenas “UF’s”- Úteis Ficções”. Sem eles o mecanismo emperraria. E não adianta vir dizer que viveríamos sem o “mecanismo”! Impossível! Pelo menos, não estamos preparados ainda nesse estágio (evolutivo?).
Só sinto muito quando assumem aquele ar de importância e infabilidade, tipo: ”Você sabe com quem está falando?”, Respeite minha importância!” tsc...tsc...pobrezinhos. Mas não vale a pena discutir, apenas cumprem ordens.E passam toda a vida acreditando na necessidade delas.


No final das contas, que elo sou eu?Acho que um dos mais fracos e mais fortes ao mesmo tempo.
Um paradoxo! Afinal, não mando em nada, nem ninguém. Não tenho poder decisório. E, no entanto, possuo um grau de autonomia, não muito usual, pelo simples fato de pensar e reclamar.





NINO STRAPILLO
05/08/2008

Pensamentos

“Quase sempre, quando alguém se julga feliz e se envaidece com sê-lo, ao passo que à luz da verdade é um infeliz, está a cem léguas de desejar que o tirem do seu erro. Pelo contrário, zanga-se considera como seu pior inimigo àquele que o tenta.”
Kiekegaard – Desespero humano

“Sou animal, um negro de raça inferior desde a eternidade. É o devir do escritor”.
Deleuze – Crítica e clínica

“Qual é o lugar do filósofo na cidade? É o de escultor de homens.”
Simplício

“... cada homem não é apenas ele mesmo, é também um ponto único, singularíssimo, sempre importante e peculiar, no qual os fenômenos do mundo se cruzam daquela forma uma só vez e nunca mais.”
Hermann Hesse – Demian

“Em toda parte dominava a comunidade, o instinto gregário, a repulsa ao destino e o refúgio no recolhimento do rebanho.”
Hermann Hesse - Demian

Efeito Urtigão

Efeito Urtigão


Está claro que sou um isolado. Como o verdadeiro “Urtigão” eremita do gibi, só não me escondo no mato, e me falta o cão e a espingarda, do resto surpreende-me a semelhança. Devo admitir também que o curso de Filosofia não ajuda muito, ainda mais quando olho para os lados, e vejo meia dúzia de rostos cansados. Não é como no caso o curso de Direito ou mesmo Ciências Sociais, turmas unidas, grupos falantes, divertidos e coesos (nem sempre, é claro!). Não, na filosofia não acontecem churrascos de integração, por exemplo. É claro, devo deixar também claro, que isto não é uma crítica, dificilmente eu mesmo iria a tal churrasco se ele acontecesse.
Mas tanto isolamento, uma hora cansa. É claro que gostaria de sair para beber com as “petequinhas” da classe, se estas existissem, ou festinhas na casa do seu Tito. O que não agüento, são os mais mortos do que eu, ou então me por a discutir a ética, a política e outros tais pensamentos. Já leio bastante, na hora do “relax”, o papo é falar merda, nem que seriamente, apenas para desanuviar.
Para quem já é anti-social – como já disseram – por natureza, balada para animar, tem de ser a certa, senão não agüento mais, papinhos furados, observações sociais, fofocas e belas roupas, estou fora. Quanto mais despretensiosa, mais simples e humilde, melhor me sinto, mais solto e verdadeiro serei.
É como aquela comentada feijoada popular, agora pergunta a qual prefiro? Aquela festa chique, ou ajudar na laje e depois comer o feijão da Dona Nenê. Sem duvida o feijão.
Comer frango com as mãos, beijar os amigos (e aí lindo, como tá!), tomar cerveja no copo americano, e ainda no final chorar abraçados todos bêbados.

TiTo Igatha
19/10/2001

Caseiro por opção


Na época que estava perdido entre idéias e a falta delas, pensei numa solução para os meus problemas, e quando por infelicidade comentei-as com os que me são próximos, realmente acharam que eu estava louco. D’repente, pela visão que acostumamos da vida, a impressão até que fazia sentido. Pensei em ser caseiro ou algo que o valha. Outra idéia era ser motorista particular, mas nunca ninguém vai entender os meus motivos.
Não me preocupo com dinheiro, não tenho a visão capitalista de amealhar fortunas, gostaria apenas de viver, e conhecer a vida. Sempre desejei ardentemente ter condições de não me preocupar com as coisas práticas da vida, e ocupar todo o meu tempo em adquirir conhecimento. Principalmente de mim mesmo.
Nunca, ninguém vai entender o meu pensamento, mas não me incomodo mais, me divirto.
Como o professor de filosofia, que cansado de tudo, abandonou a “civilização”, e foi viver e vender artesanato em Ubatuba. A propósito morar na vermelhinha não ia ser nada mal.
Muitas coisas agora fazem sentido. Não é à toa, que me identifiquei nas idéias de São Francisco, meu santo, desde então.
Digo tudo isso, pois tenho respaldo.

“Na antigüidade, como até hoje, o trabalho manual era desprezado, mas convenhamos que fazer um trabalho pesado, ainda mais a serviço de alguém que não pode pagar direito, é uma perspectiva bem desanimadora... pois bem, até isso Platão considera preferível a ter de permanecer na opressão, na mentira, depois de ter conhecido a liberdade, a verdade”.


NiNo Strapillo

14/05/99

Pensamentos

Pensamentos

“Qual o indivíduo que não está disposto a dedicar horas de trabalho ou a preencher todos os seus espaços livres para evitar não correr o risco de meditar ou refletir e de encontrar-se consigo mesmo?”
Hilton Japiassu – Um desafio à Filosofia

“Seu caráter é o resultado do seu procedimento.”
Aristóteles

“... o que mais tememos, é o que nos tira de nossos hábitos.”
Dostoiévski – Crime e Castigo

“Tinha um medo doentio do ridículo e era por isso que adorava servilmente a rotina...”
Dostoiévski – Notas do subterrâneo

“Pode-se alcançar uma coisa num único momento, mas perdê-la nas longas horas que se seguem, caminhando com os pés trôpegos da grilheta que arrastamos.”
De Profundis” – Oscar Wilde

sábado, 29 de novembro de 2008

Daft Duck



Daft Duck
Acho que hoje pude compreender à perfeição a idéia do filme “A Praia”. Um bando de aventureiros a procura do lugar perfeito, não contaminado, livre do “Big Charlie”, câncer, como diz o fantástico personagem “Daft”. Um lugar sem bandos de turistas.
Pense só na paisagem: praia maravilhosa da Bahia, sol incrível, brisa, um verde, mar azul. Um parque de diversões aquáticas gigante, lindo, porém compurscado, violado.
Os milhares de turistas que se espalhavam pelo local agiam exatamente da mesma forma que em suas medíocres vidas. Sujando, poluindo e destruindo a bela natureza (fora a corrupção dos costumes locais. Pobres nativos obrigados a vender água e cerveja em nome do progresso e processo econômico!).
As pessoas olhavam ao redor e exclamavam: puxa que fantástico! Viravam-se e simplesmente jogavam a lata, o guardanapo, o plástico do lanche no chão mesmo. Nem passava pelas suas cabeças a infâmia do ato. Afinal tinha “baiano” lá no jeito, pronto para recolher o lixo dos grandes senhores.
Parece que as coisas não mudaram muito nesse tempo todo!
Senti-me um invasor, um babaca gorducho e branquelo fazendo os outros nos servirem como um rei! Uma verdadeira bosta! E olhava para os lados e via os mesmos hábitos (péssimos) da grande civilização apenas transplantados para a linda paisagem. Na verdade não “viajaram”, apenas se locomoveram fisicamente. Avião, hotel... Porque na experiência espiritual, foi tudo em vão. Vieram para a Bahia para comer pastéis, espetos de carne, hot dog’s e tudo o mais que já comem diariamente nas suas infectas cidades. Tá difícil de achar até camarão e acarajé, pratos típicos.
Daqui a pouco abrem mais um Mac Donald’s e tá tudo “firmeza”, acabou de vez o sonho.
O jeito é procurar uma “ilha” dessas que nem a do filme.


NiNo Strapillo
12/01/2005

Crazy People



Crazy People
08/08/2002
O planeta está enlouquecendo, as pessoas estão enlouquecendo. Nunca na história acredito, viu-se cena semelhante. Nossos psicólogos mal dão conta de criar novos nomes para suas eternas “síndromes”, estão perdendo até a imaginação. Esta já nem acompanha minimamente o que anda ocorrendo.
Todos vivem suas estranhas vidas tentando seguir o padrão estabelecido, todos querem o mesmo, dinheiro, amor e felicidade. Mas não saberiam precisar o que poderíamos entender com cada conceito desses. Querem muito dinheiro para “aproveitar a vida”, comprar tudo que puderem, roupas, roupas, roupas, uma infinidade de novos bens a cada minuto. O amor de suas vidas e a felicidade compreendida como inexistência de problemas. Só que está cada vez mais difícil.
O dinheiro que a tudo permite, concentra-se cada vez mais nas mãos de poucos, aqueles poucos que souberem de alguma forma “participar” do sistema. Já disseram “os donos da situação”. E se lhe oferecem como única possibilidade de alcançar a felicidade, a aquisição dos bens de consumo, é fácil de observar que teremos cada vez mais “infelizes”, já que o dinheiro, meio necessário para aquisição de tais bens está nas mãos daqueles poucos (e ainda perguntam de onde vem a violência).
Quanto ao amor, Ah, o amor! Nesta busca eterna, poucos também alcançarão o sucesso. Do jeito que as coisas caminham, muitos contentam-se com a ilusão do amor, e continuam levando suas vidas e esporadicamente enlouquecendo pelo caminho.


NiNo Sca

Santa Hipocrisia...



Uma Noite de Gala
Há mais honestidade numa briga de bar do que num ambiente desses. O cheiro de naftalina das “boas roupas de ocasião” me enjoa muito mais que o cheiro de maconha que sobe de uma arquibancada em dia de jogo. O empurra-empurra para entrar num estádio é mais saudável que a falsa gentileza e cortesia que procuram – com dificuldade – aparentar.
Como diz Winston (1984 de George Orwell): “Se existe esperança, ela está nos proles”.
“Senta Oscar” – dizia a nojenta madame pro pobre marido, num tom de voz mil vezes mais ferino que o singelo “juiz filho da puta!”.
A aparente “divisão de classes” corrompe o ser humano com um sentimento de superioridade que não condiz com a realidade. Uma hierarquia fajuta de falsos nobres e legítimos mendigos de espírito.
Ver e ser visto! Tudo se resume a isso.
“Bravo, bravo” gritou o babão, como se estivesse no Scalla de Milão, ou numa tourada madrilhenha! Que “bravo” meu amigo! Bata palmas humildemente e só! Se fecha feínho! Talvez tenha sonhado toda a vida com tal intervenção: “Bravo, bravo”. Assistiu a muitos filmes por aí, vive no sonho (num sonho dos Alpes). E ainda olha de cima para baixo, como se seu pince’nez pudesse saltar da sua face porcina.
Escrotos.


Nino Strapillo
24/10/2006

Uma sábia cortesã



Uma sábia cortesã
Conheci Tchaynes num bordel. Numa daquelas noites perdidas de dia de semana. Um role e lá paramos. A casa estava vazia, apenas algumas garotas cansadas esperando dar (a hora). A nossa intenção era simplesmente tomar uma cerveja, trocar uma idéia, só que observando uma bela paisagem.
De canto uma mesa de sinuca, e a loira já chegou escalando: “Paga uma ficha?”. A questão é que nestes lugares o preço de uma ficha daria pra comprar dez num boteco qualquer (mas nunca teríamos uma companhia daquela pra jogar!).
Sentei e fiquei só observando o Fêtza tomar um couro da mina, que, aliás, jogava muito. Enquanto estava sentado, veio uma morena maravilhosa e pediu licença para se sentar. É claro que aceitei a sua companhia, mas procurei já deixar claro que não tinha nenhum dinheiro para lhe oferecer bebidas e programa, portanto, não queria “atrapalhar” o seu trabalho. Ela simplesmente sorriu e disse querer conversar, gostou da minha companhia simplesmente.
Porra meu!!! Que mina da hora, maravilhosa, inteligente, sagaz, bom humor e sábia. Tanto é que nunca mais a esqueci. Não lembro direito do seu rosto, dos detalhes, mas não esqueço a sua presença, suas palavras... Como a maioria delas, teve (tinha) uma vida sofrida, dificuldades, namoro com traficante, acidente, morte do amor bandido nos seus braços e um aprendizado socrático (intuitivo no caso dela), de que só fazemos o mal por ignorância. Disse ela: “Depois de saber que aquilo não é certo, ferrou! Pode até fazer de novo, mas já não há desculpas”. Sábia cortesã.
Minhas sinceras homenagens a todas as “Damas das Camélias”.


NiNoStrapillo
05/11/2007

Feliz Natal seu Mendigo



Feliz Natal, seu mendigo!
Aquele figura bem que poderia ser o Papai-Noel. Tá certo que um jovem Noel. Não tinha idade suficiente para as longas barbas brancas, mas estas, ruivas, demonstravam a origem nórdica do estranho. Onde andariam as renas???
Seus cabelos eram curtos e ruivos, assim como a barba. Figura interessante!
Mas estranho! Sua figura aparentava algo de dissonante. Andar cambaleante, roupas puídas...já sei. Não é Papai-Noel coisa nenhuma, mas sim um pobre e miserável mendigo.
Coisa admirável para estes lados, um pedinte (se bem que nada pedia!) de tais paragens!!! Por isso facilmente confundido com Papai-Noel.
Pronto, desfeito o engano! Descobri porque da confusão. Algumas casas adiante, a dona estava atarefada preparando os grandes enfeites natalinos. Luzes, bolas, bonecos... pensei então que talvez esse “ajudante” de Noel estava chegando para dar uma “mãozinha”!
Mas não mesmo! Que nada! Precisava ver a cara da dona da casa quando viu o pobre homem aproximar-se. Fugiu literalmente para dentro da casa! Seu medo obliterou as possíveis associações de imagem. Nada de Noel, apenas um – talvez perigoso – vagabundo.
Todo seu trabalho foi em vão. Seus enfeites são apenas para seus pares. Simples ostentação. Não dizem nada do espírito da data, do sentido profundo e verdadeiro de fraternidade.
NiNo Strapillo
01/12/2004

Pensamentos


“Há um fluxo incessante de novidades no mundo, e ainda assim admitimos incrível apatia.”
Henry David Thoreau – “Walden”


“Não há filosofia que se possa aprender, só se pode aprender a filosofar.”
Kant



“Quem jamais amargou o pão na tristeza e, noite alta, chorando, ansioso não gemeu, esperando a manhã – não conhece a beleza e os poderes do céu.”
Goethe



“Como era belo o mundo, para quem o olhasse assim, ingenuamente, simplesmente, sem nada procurar nele!”
(Sidarta – Hermann Hesse)


“A única obrigação que tenho direito de assumir é a de fazer a todo momento o que julgo correto.”
(Henry D. Thoreau – A desobediência civil)

Uma súbita aparição


Seu TiTo numa surpreendente materialização num "pueblo" da España

Imagem captada por Renato Quibenção

sexta-feira, 28 de novembro de 2008


Sangue ruim


Há dias onde a vontade é de sair quebrando tudo, violência pura mesmo, nada de angustia, tristeza. Apenas raiva, raiva absurda do mundo e das pessoas estúpidas que o habitam.
Posso morrer numa dessas, tomar um tiro, mas fico pronto para a violência, procuro confusões, louco para ser provocado e partir então para cima com todo o meu ódio represado. Pronto para dixavar, arrebentar o primeiro que se apresentar como volun-otário.
Um comportamento digno do mais Druguesinho dos Alex’s. Vou espremer essa laranja. Fecho a cara e fico na espreita, aguardo, aguardo...

Nada.

Talvez transmita ao meu redor um campo de energia tão denso que ninguém se atreve a confrontar-me. Já consegui espantar pessoas com um simples olhar, mas um olhar que continha o peso e a raiva de um furacão. Destruidor. Talvez nesses momentos o melhor seja mesmo permanecer na boa, tentar ficar “cool”, tranqüilo. É difícil.
Sou do tipo bom moço, alegre, sorrio para todos, mas que no momento da explosão posso ser o mais frio e irracional dos seres. Temo essa predisposição. Na raiva extrema, morrerei atado, preso ao pescoço do meu adversário. Sem trégua.
Hoje estou assim. Por que será?

Penso em vários motivos. Talvez o relacionamento que me esgota, o relacionamento que não me permite ficar em paz ou talvez ainda o relacionamento que ofusca todas as minhas outras preocupações elevando à potência máxima minha irritação.
Tudo isso graças ao valor que atribuímos as coisas.
Mas estaria mentindo também de dissesse que o relacionamento é o único responsável pelo meu estado de espírito.

Assim como o dinheiro, não é tudo, mas é 100%.



Stuna
01/10/2002

Superestrutura X Infraestrutura

Puta que o pariu! Se alguém já utilizou a expressão, parabéns, senão, lá vai: A pior pobreza que tem é a de espírito.
Afinal, que merda de apatia que abate os nossos dias! Será que sempre foi assim? Precisava de um “diário de bordo” de professores de outras épocas. Saber como era a média dos alunos de outros tempos. Se eram igualmente inertes ou se demonstravam interesse diferenciado. Será que ficavam quietos apenas na base da porrada? Acho que hoje até falta umas porradas, quem sabe ficariam mais espertos.
Num filme aí em cartaz, o policial fala a respeito do traficante: “Esse aí provavelmente não teve chance, o pai deve ter sumido, deve ter vivido na miséria, agora o que me deixa puto é “boyzinho” que teve tudo na vida e vai pro tráfico”. A situação é essa. Quem tem chance não aproveita, quem poderia fazer a mudança acontecer tá pouco de fudendo pra se vai ou não ter mudanças. Depois que crescerem e virarem simples peões vão vir dizer que a vida é injusta, que a sociedade não presta. Não vão ter nem a consciência da própria miséria intelectual.
Massa de manobra do cacete! A “revolução” pelo conhecimento de Gramsci, brigar em pé de igualdade através da aquisição do saber (monopólio dos dominantes) nunca vai se tornar realidade. Se depender das nossas “tranqueiras”, o rico vai continuar mandando, ou como diz na música: “O de cima sobe e o de baixo desce”.
Infelizmente.


TiTo Igatha
03/10/2007

terça-feira, 25 de novembro de 2008


Oração a Vênus


Senhora Deusa do Amor. Olhando assim, sob o prisma do Sagrado, venho lhe questionar (se a tal posso...).
Fiz algo de desabonador para merecer tamanha severidade de Vossa parte?
Talvez, inconsciente de outras tantas existências, não possa saber então, que mal fiz para merecer a má sorte nas suas sendas. Talvez tenha agido eu indignamente, pagando neste momento as severas leis do carma. Seguindo a sábia lei do retorno, que diz que à toda ação, cabe uma reação. Será tão grave minha culpa? Terei agido de forma tão odiosa, para que neste momento sofra todos os reveses de Eros?
Não, não... prefiro crer que a sorte me aguarda numa destas curvas do inexorável destino, afinal creio na sabedoria divina. Não honrei sempre com todo o meu coração o Seu poder, ó divina Senhora? Teria cometido algum delito para com Suas leis em meu coração desavisado? Porque tamanho castigo?
Busco o amor, talvez buscá-lo não deveria...assim apenas aguardo.
Muitas vezes vacilei na fé em seus desígnios, perdoe-me, não sabia que estava sujeito a tão caprichosa e poderosa Senhora. Pensei que as questões do coração não se submetessem a nenhum glorioso deus, vi que me enganava. Porém, nunca agi com falta de respeito às tais questões, pelo contrário sempre mostrei-me um servo fiel aos Vossos ordenamentos, inspirado na Sua sabedoria, aguardando apenas o prêmio tão almejado pela alma humana e sonhadora. O amor.




NiNo Strapillo
27/07/2004

Cara, ultimamente ando de...

Twilight Zone


Enquanto o seu Tito pegava o Bresser lotado, John Mackeigam voava pela janela que explodia. Senhor Shimoda, tomava um saquê no “Happy Hour” em Tóquio, Setaou, enfeitiçava cobras Naja no Egito, e Pablito esticava uma carreira de pó lá em Bogotá.
Tudo num só momento, tudo de uma só vez, sem explicações, sem avisos, começa a explodir no maior centro econômico, político, etc..., etc..., . Nova York. A cidade cosmopolita também o é no sofrimento. O branco anglo-saxão de lá, sofre como o negro que explode na mina traiçoeira lá na Zâmbia. O sangue de um, é tão vermelho quanto o do outro.
Catástrofes não antecipam chegada, não avisam para realizarem-se os preparativos para a desgraça, ela simplesmente irrompe, instaura-se. Como imaginar, que num dia de faina, de labuta, o vendedor de “hot-dog” pitoresco na paisagem americana, correria vendo o céu desabando sobre sua cabeça. E o mais incrível, nem alienígenas eram, o ataque não veio do espaço, não deu nem tempo de chamar o “Chuck Norris”, para salvar a América. Invasão dos Estados Unidos. Sabe-se lá de onde veio.
Os americanos, com todo poder concentrado, não foram capazes de evitar. Acostumados a mandar e desmandar, enviar tropas, invadir a casa dos outros na maior cara de pau, pagando de mocinho, foram pegos no terror. Triste, foram vitimados pelas suas próprias invenções. Próprio meio de vida. Cansaram boa parte do mundo com suas manias enxeridas, pedantes e prepotentes. Infelizmente da pior forma, aprenderam sobre invulnerabilidade, mortalidade, e que nem sempre o final do filme é feliz.


NiNo Sca

Meu cão

Meu querido cãozinho está agonizando. Dia após dia vejo as forças a abandonar. A vida e a morte lutam lado a lado. Nada há para ser feito, o final todos sabemos. O mesmo final que nos espera a todos.
Pelo seu esforço e sofrimento começo a desejar um rápido desenlace. Não suportamos vê-la arquejante, de olhos tristes e vidrados, como que implorando descanso.
Não consegue ficar deitada, deve lhe ser doloroso. Em pé falta-lhe energia... E nos angustia não saber o que fazer para lhe aliviar.
Olho para ela e vejo uma luta. A eterna luta. A do resultado imutável.
Penso em Heráclito, em Blake...
“O verme perdoa o arado que o corta”.
Não há injustiça, maldade na morte. Mas dessa idéia não conseguimos nos libertar. O verme não se zanga com o arado que o ceifa, esse é o movimento. Eterno.
Tento pensar assim e abstrair os fatos concretos.

NiNoSca

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Eu amo a mulher-gato!!!


Quando era pequeno amava o Batman, mas assistia mesmo por causa dela...

Clube dos 5 – a aula

Pra variar, sinto que ninguém entendeu o que eu pretendia nas minhas aulas. Assim como sempre tive a certeza que meus trabalhos eram completos absurdos.
Agora pergunto o que vocês acharam do filme “Clube dos 5”?
Será que surgiram idéias das diferenças? Que cada um é completamente diferente do outro? Que devemos respeitar e até mesmo admirar o “diferente”?
De quem mais gostaram? Posso apostar que foi do Bender. John Bender o doido, arruaceiro, que enfrentava o diretor, mas era um cara sofrido e carente. Ou então da princesa mimada cheia de frescuras? Eu particularmente me identifico com a Allison, a estranha.
Mas lembrem-se de que no final somos um “cérebro, um atleta, um caso perdido, uma princesa e o marginal”.
Certo!

Ass: O clube dos 5
19/11/2008

Para quem não gosta de ler

Alguém já ouviu falar em Edward Bunker?
Fui apresentado a este senhor numa das feiras de livros da USP (2007). A querida responsável pela editora Barracuda me apresentou quando comprava o livro “Poison Heart” do Dee Dee Ramone.
Levei “nem os mais ferozes” e depois de uma semana me culpava por já não ter comprado todos.
Ele conta nos seus livros o submundo podrêra de Los Angeles. Tiozinho do crime viveu dos onze anos aos trinta e sete, mais dentro que fora da cana. Na boa! As histórias arrepiam e tenho certeza que quem não gosta de ler, mas gosta de “coisinhas horrorshow”, irá adorar.

Tito Igatha
19/11/2008

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Quem é é.


Quem é é. Quem não é o cabelo voa.

Gudulim

Com quem estou falando?

Com quem estou falando?



Não importa a sua história, importa o que se é. Não me venha com esse papinho de “sabe com quem esta falando”, sei, com o verdadeiro idiota. Fraco, que se apega a um poder ilusório. Que poder é esse meu irmão, você vai para o mesmo buraco que o seu espoliado mais direto.
Que importa se sua família é a tal, se você for um lixo, qual a diferença! Sei que para você dinheiro é tudo, mas procure não ser, você é tudo, não o dinheiro.
Saiba que o seu comportamento para com o próximo é o maior termômetro da sua grandeza, e não o dinheiro. Com este é fácil ser querido, é claro que falsamente. Agora vai ser bom sem dinheiro no bolso.
E olhe que coisa, não é que justamente onde não se tem no bolso o vil metal, se encontra a bondade. Saiba que bondade e grande ética, encontram-se principalmente entre estes, os desvalidos. Seus valores são outros. Os valores são outros quando a única coisa que se tem é a palavra.
É paradoxal, no lugar onde se espera o rancor, o sofrimento e o desamor, encontramos justamente seu contrário, o grande amor, a grande fraternidade. Enquanto isso, nos grandes palácios de cristal a criança chora e a mãe não vê. E essa, é a história que você deseja realmente para você.


TiTo Igatha
03/2001

É nóis mêmo vagabundo!


Saravá, saravá...

Amar para ser amado

Amar para ser amado

As reclamações dos alunos são sempre as mesmas: “Como ela quer respeito, se não nos respeita?”, “ela acha que dar aula é ficar copiando resumo de livro?”, e assim por diante... É, tenho de concordar com eles! Essas aulas são mesmo um saco!
É que na época da escola eu achava que tinha de ser assim mesmo: copiar mapas na aula de geografia, resumos na aula de história, redações e mais redações e assim por diante. Hoje vejo que a brincadeira é bem diferente. Aula mesmo é outro papo!
Valorizo por exemplo as conversas “extra-classe” com os alunos, conversas que desvendam o que eles têm de melhor. Potencialidades encobertas pelo pó das tradições e da preguiça intelectual de muitos “mestres”.
Talvez peco. Sou antiético falando assim de meus companheiros de ofício? Ou sou antiético agindo contra o interesse maior de quem devo zelar, meus alunos?
Trate o próximo como queres ser tratado. Sim, tudo muito belo na Igreja. Assim se blasfema contra o nome do Senhor não atentando para suas palavras. Não tiro o nome de Deus da boca, mas impreco contra meus próprios discípulos? Grande fé, grande religiosidade, tsc... tsc... Atitudes, ações. Não palavras!
Trato com desrespeito e exijo o seu oposto? Como? Grito e ofendo esperando o respeito e a consideração? Como?
Tá tudo mais para uma lei de Talião – “olho por olho, dente por dente” – do que para certos mandamentos cristãos sempre – e facilmente – lembrados e citados.

NiNo Strapillo
26/10/2004