terça-feira, 24 de março de 2009


Quem tiver saco que leia...

Tempo idiota os nossos, tô de saco cheio! E foi agora que me deu o "estalo".
Tempo pobre culturalmente, mentalmente pobre. Sem interesse verdadeiro no que de mais belo a vida oferece.
Como posso sentir-me tão feliz com os "simples" acordes do piano, quando as pessoas e o mundo ao meu redor giram na sua ignara vacuidade?

Sou um jovem velho de 100.000 anos. Quase vou às lágrimas diante de tão sublime sentimento.
Enquanto isso, meus "comparsas" de infortúnio batem-se no "lufa-lufa", sem o mínimo pudor (ou amor, pela arte?), (será que sabem o que é isso?).
Relendo os "desabafos" de sete longos anos atrás, percebo que era uma pessoa muito mais crítica e verdadeira do que imagino ser hoje. Será que estou amolecendo frente às facilidades da vida? Um emprego? Um pequeno luxo?
Tá certo que não poderia sentar-me agora neste "ambiente" e escrever ao som do piano do velho sábio que me inspira. Mas não sentaria eu à porta???
O carro do "boy bobo" passa com a música ensurdecedora. Mal sabe ele o que aqui se passa! Imagina então aqui dentro, ó...!!!
Nunca saberá! Futilidade... A desgraça da humanidade. Como busco fugir dessa merda!
E nesse momento o "old man" começa a música "Força Estranha" do Rei Roberto.
Coincidência???
Não. Eu sinto essa "força estranha" no ar! Ela me rodeia, se aproxima e foge.
Compreendo agora que não é só por problemas econômicos ou amorosos que um ser (racional?) tira a sua própria vida!
Um bar, uma cerveja, a polenta chegou agora. Estou na Mooca, na minha Mooca (saudosista e reacionário sim!), um senhor ao piano tocando acordes atemporais e lá fora o mundo se esfalfa na desgraça.
Estou ficando idoso!
Ou já nasci assim???
TitoIgatha18/03/2006

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