segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Um remédio amargo

Um remédio amargo
23/06/2002



Houve um tempo que para qualquer mal sofrido no corpo, a única possibilidade de recuperação era oferecida por alguns remédios caseiros, plantas milagrosas, quando não intervenções arriscadíssimas de “primos de açougueiros”.
Hoje em dia não, dor de cabeça ou mesmo uma simples unha encravada oferecem inúmeras formas de tratamento e como não, milhares e milhares de medicamentos miraculosos. Oferecem a cura da sinusite, gripes nunca mais, alegria e felicidade em pílulas, e tudo o mais que a segunda indústria mundial pode oferecer. Indústria que diga-se de passagem só perde em cifras para a de armamentos. Dupla de ponta interessante – morte e vida – aí próximo de você consumidor. Aliás, compra-se uma pistola com a mesma facilidade que um simples “melhoral”.
E como agora o “homem” resolveu simplesmente não morrer, quer viver se possível eternamente, nada melhor que uma indústria que o sirva. Que possibilite chegar aos 90 anos, inteirinho como uma uva passa. O homem moderno não quer sofrer e nem ficar feio (velho), como se a beleza fosse juventude. Vemos então por aí, velhinhas esticando até as orelhas, aplicando enzimas não sei do que na testa, e tomando dúzias de cápsulas vitamínicas logo no café da manhã (que não é mais café é “breakfast”, e não tem pão, tem fibras).
Para viver bem agora vivesse horrivelmente. Um padrãozinho de beleza maldito.

Acho que nem precisaríamos de tantas fórmulas para melhor viver, se seguíssemos a simples fórmula de que quanto mais natural melhor, e no caso natural, é não encobrir uma dor de cabeça com um remédio que ataca o fígado, a bílis com outro que estupora o estômago, e aquele do estômago que causa cefaléia, ou seja, novamente a dor de cabeça.
Entramos assim num ciclo interminável, buscando curar pequenas partes de um todo que sofre de causas que não serão curadas tão facilmente.
Com uma aspirina por exemplo.




NiNo Strapillo

2 comentários:

Anônimo disse...

Quero colocar botox nos meus neoronios, o Sr. Dr. recomenda?

Sinapses a parte, miss you...

Seu TiTo disse...

Quem usa palavras como sinapse, não precisa de nada disso...rs...rs...