segunda-feira, 15 de dezembro de 2008



Daimon


Sócrates dizia ser guiado pelo seu “Daimon”, seu demônio, a voz que lhe indicava o caminho. Pergunto. Não temos nós, nossos próprios “demônios guias”, se é que posso assim dizer? E a resposta. É claro que sim. Ou vai dizer, que algo no íntimo mais profundo, não surge ou insurge no momento da decisão errada, mostrando a verdade da situação, mesmo que esta não combine com o desejo inicial de praticar o ato.
É que, por escutarmos tantas histórias bonitas a tanto tempo, nos acostumamos a pensar que “voz do Deus” só aparece aos eleitos. Como Sócrates, e mesmo o Cristo, e na presença de arbustos flamejantes ou raios múltiplos no céu negro. E nunca, que tal contato se dê incessantemente durante a nossa vida, a todo momento, bastando estarmos abertos para isso.
Em certas circunstâncias sou chamado ao dever, e já não posso simplesmente refutá-lo, devo seguir o meu “Daimon”. Quando não o faço, geralmente as coisas não saem a contento, quando não algo pior.
Devemos aliados a esta voz (ou luz); que dizem por aí, os santos e profetas escutam, e nós também; caminhar firmes, acreditando e simplesmente entregando-nos ao mistério, sem medos ou receios.
Nem tudo na nossa vida, possui uma resposta racional, comprovada cientificamente, que nos dê a segurança tão desejada. Faz parte da vida o mistério. Desconsiderá-lo, é desconsiderar, camuflar como inexistente, o que nos liga mais profundamente com o universo, ou Deus, ou ainda como queira.

TiTo Igatha
14/09/2001

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