segunda-feira, 15 de dezembro de 2008


Viva a Barsa

A literatura me ensinou tudo – quase – o que sei hoje. Lembro de levar ao banheiro (meu escritório particular) a coleção da Barsa, enciclopédia gigante e ficar lendo os verbetes que mais me interessavam. Conta ainda minha mãe, que eu ficava com o livrinho infantil “O soldadinho de chumbo” sobre o colo e contava a história repetidas vezes para mim mesmo, “Era uma vez uma bolorina...” – vide bailarina.
Desde cedo fui pego pelas histórias.
No Colégio Dante Alighieri retirava os livrinhos no jardim da infância das pequenas bibliotecas que todas as salas possuíam. Lembro de sempre estar lendo algo. “Eu Cristiane F. 13 anos drogada e prostituída” quando eu mesmo tinha 13 anos. Muito aprendi com as desgraças do casal drogado que vagava pelas ruas de Berlim. E assim por diante! Aprendizado contínuo.
Concordo com o estudioso Roland Barthes, quando diz que se todas as matérias por um motivo ou outro tivessem de ser suprimidas das grades curriculares, a literatura seria então a única extremamente necessária a permanecer no curriculum, pois seu conjunto abarca todas as outras disciplinas.
Afinal num livro de literatura encontramos informações geográficas, históricas, científicas, antropológicas e todas outras imagináveis. Apresenta em seu corpo todas as informações necessárias ao desenvolvimento de um indivíduo.
Citando ainda outro estudioso – Elias Canetti – a importância das “metamorfoses”, o aprendizado trazido pelas várias “vidas” que desfilam perante nossos olhos, desvelando (alétheia – lembra?)as realidades possíveis e compartilhando com todos as experiências dos vários períodos históricos e vidas possíveis.

TiTo Igatha

31/08/2004

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