segunda-feira, 15 de dezembro de 2008


Ruptura

Nos dias de hoje parece impossível conceber que o homem já viveu em harmonia com a natureza. E viveu!
Houve um tempo em que o homem vivia integrado à natureza. Tinha na natureza a sua casa, e sua mãe comum. Pacha mama, mãe terra... O maltrato era castigado pelos deuses com rigorosidade, a caça tinha como fim, a alimentação e vestimenta básica, não a criação do supérfluo.
Isso se perdeu, o homem cindiu com a natureza. A partir da criação técnica exacerbada, o ser humano afastou-se da sua raiz divina, sagrada, e apoiado na técnica, na ciência, passou a crer apenas no cientificamente comprovado. A palavra mágica foi silenciada.
A ruptura aconteceu com o próprio surgimento da filosofia segundo certos pensadores. Outros apontam Descartes e a rigorosidade do seu método (cartesiano), sinônimo do pensamento metódico atual.
Muito se lê hoje em dia sobre o movimento “Nova Era”, “Wicca”, gnomos, duendes e “salve a natureza”, como se isso fosse algo novo e inusitado. No entanto, tudo isso não passa de um reflexo de tempos idos, dos momentos iniciais da civilização, assim como o falado período de ouro da humanidade.
Sonhamos com um futuro que nada mais é que o reflexo de um passado glorioso de paz e prosperidade, perdido numa das curvas da história.


TiTo Igatha
01/08/2006

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