terça-feira, 9 de dezembro de 2008


Certas influências de leitura

Acho que eu deveria parar com essa mania idiota de pensar que tudo na vida têm um significado para além da simples aparência. Um sentido transcendental que oferecesse um sentido a tudo, mesmo que desconhecido para nós.
Nada, nada, tudo é assim porque têm de ser assim! Não há nenhuma explicação satisfatória, nem mesmo uma insatisfatória (o que já ajudaria!). Devemos parar de nos enganar desta forma e encarar a crua realidade. Realidade sem subterfúgios, o que não aceitamos.
Tudo é tão sem sentido para nós, que isso por si explica toda tentativa de explicações e filosofias.
Estou descrente de tudo, gostaria de simplesmente viver sem maiores porquês. Não ficar perguntando infinitamente sobre o que me escapa por natureza. É por natureza que não compreendemos nada de nada, então um movimento anti-natural essa tendência a dar respostas.
Buscar as respostas faz parte da nossa constituição visto a nossa incompletude, agora dar respostas não nos caberia! Como diz o fragmento de Heráclito, deveríamos simplesmente seguir o que é comum. O que isso quer dizer, talvez seja a idéia de simplesmente viver na medida do possível em conformidade com o movimento da natureza, movimento natural das coisas, bem o contrário do que nós mesmos acabamos fazendo, quando por exemplo resolvemos tomar as coisas em nossas mãos e agir de acordo com a nossa “vontade”.
Minhas vontades só me arrumam encrencas e novas dores de cabeça.


TiTo Igatha
21/11/2003

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