sexta-feira, 28 de novembro de 2008


Sangue ruim


Há dias onde a vontade é de sair quebrando tudo, violência pura mesmo, nada de angustia, tristeza. Apenas raiva, raiva absurda do mundo e das pessoas estúpidas que o habitam.
Posso morrer numa dessas, tomar um tiro, mas fico pronto para a violência, procuro confusões, louco para ser provocado e partir então para cima com todo o meu ódio represado. Pronto para dixavar, arrebentar o primeiro que se apresentar como volun-otário.
Um comportamento digno do mais Druguesinho dos Alex’s. Vou espremer essa laranja. Fecho a cara e fico na espreita, aguardo, aguardo...

Nada.

Talvez transmita ao meu redor um campo de energia tão denso que ninguém se atreve a confrontar-me. Já consegui espantar pessoas com um simples olhar, mas um olhar que continha o peso e a raiva de um furacão. Destruidor. Talvez nesses momentos o melhor seja mesmo permanecer na boa, tentar ficar “cool”, tranqüilo. É difícil.
Sou do tipo bom moço, alegre, sorrio para todos, mas que no momento da explosão posso ser o mais frio e irracional dos seres. Temo essa predisposição. Na raiva extrema, morrerei atado, preso ao pescoço do meu adversário. Sem trégua.
Hoje estou assim. Por que será?

Penso em vários motivos. Talvez o relacionamento que me esgota, o relacionamento que não me permite ficar em paz ou talvez ainda o relacionamento que ofusca todas as minhas outras preocupações elevando à potência máxima minha irritação.
Tudo isso graças ao valor que atribuímos as coisas.
Mas estaria mentindo também de dissesse que o relacionamento é o único responsável pelo meu estado de espírito.

Assim como o dinheiro, não é tudo, mas é 100%.



Stuna
01/10/2002

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