sábado, 29 de novembro de 2008

Santa Hipocrisia...



Uma Noite de Gala
Há mais honestidade numa briga de bar do que num ambiente desses. O cheiro de naftalina das “boas roupas de ocasião” me enjoa muito mais que o cheiro de maconha que sobe de uma arquibancada em dia de jogo. O empurra-empurra para entrar num estádio é mais saudável que a falsa gentileza e cortesia que procuram – com dificuldade – aparentar.
Como diz Winston (1984 de George Orwell): “Se existe esperança, ela está nos proles”.
“Senta Oscar” – dizia a nojenta madame pro pobre marido, num tom de voz mil vezes mais ferino que o singelo “juiz filho da puta!”.
A aparente “divisão de classes” corrompe o ser humano com um sentimento de superioridade que não condiz com a realidade. Uma hierarquia fajuta de falsos nobres e legítimos mendigos de espírito.
Ver e ser visto! Tudo se resume a isso.
“Bravo, bravo” gritou o babão, como se estivesse no Scalla de Milão, ou numa tourada madrilhenha! Que “bravo” meu amigo! Bata palmas humildemente e só! Se fecha feínho! Talvez tenha sonhado toda a vida com tal intervenção: “Bravo, bravo”. Assistiu a muitos filmes por aí, vive no sonho (num sonho dos Alpes). E ainda olha de cima para baixo, como se seu pince’nez pudesse saltar da sua face porcina.
Escrotos.


Nino Strapillo
24/10/2006

Nenhum comentário: