segunda-feira, 1 de dezembro de 2008


Caseiro por opção


Na época que estava perdido entre idéias e a falta delas, pensei numa solução para os meus problemas, e quando por infelicidade comentei-as com os que me são próximos, realmente acharam que eu estava louco. D’repente, pela visão que acostumamos da vida, a impressão até que fazia sentido. Pensei em ser caseiro ou algo que o valha. Outra idéia era ser motorista particular, mas nunca ninguém vai entender os meus motivos.
Não me preocupo com dinheiro, não tenho a visão capitalista de amealhar fortunas, gostaria apenas de viver, e conhecer a vida. Sempre desejei ardentemente ter condições de não me preocupar com as coisas práticas da vida, e ocupar todo o meu tempo em adquirir conhecimento. Principalmente de mim mesmo.
Nunca, ninguém vai entender o meu pensamento, mas não me incomodo mais, me divirto.
Como o professor de filosofia, que cansado de tudo, abandonou a “civilização”, e foi viver e vender artesanato em Ubatuba. A propósito morar na vermelhinha não ia ser nada mal.
Muitas coisas agora fazem sentido. Não é à toa, que me identifiquei nas idéias de São Francisco, meu santo, desde então.
Digo tudo isso, pois tenho respaldo.

“Na antigüidade, como até hoje, o trabalho manual era desprezado, mas convenhamos que fazer um trabalho pesado, ainda mais a serviço de alguém que não pode pagar direito, é uma perspectiva bem desanimadora... pois bem, até isso Platão considera preferível a ter de permanecer na opressão, na mentira, depois de ter conhecido a liberdade, a verdade”.


NiNo Strapillo

14/05/99

Nenhum comentário: