segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Efeito Urtigão

Efeito Urtigão


Está claro que sou um isolado. Como o verdadeiro “Urtigão” eremita do gibi, só não me escondo no mato, e me falta o cão e a espingarda, do resto surpreende-me a semelhança. Devo admitir também que o curso de Filosofia não ajuda muito, ainda mais quando olho para os lados, e vejo meia dúzia de rostos cansados. Não é como no caso o curso de Direito ou mesmo Ciências Sociais, turmas unidas, grupos falantes, divertidos e coesos (nem sempre, é claro!). Não, na filosofia não acontecem churrascos de integração, por exemplo. É claro, devo deixar também claro, que isto não é uma crítica, dificilmente eu mesmo iria a tal churrasco se ele acontecesse.
Mas tanto isolamento, uma hora cansa. É claro que gostaria de sair para beber com as “petequinhas” da classe, se estas existissem, ou festinhas na casa do seu Tito. O que não agüento, são os mais mortos do que eu, ou então me por a discutir a ética, a política e outros tais pensamentos. Já leio bastante, na hora do “relax”, o papo é falar merda, nem que seriamente, apenas para desanuviar.
Para quem já é anti-social – como já disseram – por natureza, balada para animar, tem de ser a certa, senão não agüento mais, papinhos furados, observações sociais, fofocas e belas roupas, estou fora. Quanto mais despretensiosa, mais simples e humilde, melhor me sinto, mais solto e verdadeiro serei.
É como aquela comentada feijoada popular, agora pergunta a qual prefiro? Aquela festa chique, ou ajudar na laje e depois comer o feijão da Dona Nenê. Sem duvida o feijão.
Comer frango com as mãos, beijar os amigos (e aí lindo, como tá!), tomar cerveja no copo americano, e ainda no final chorar abraçados todos bêbados.

TiTo Igatha
19/10/2001

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